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A fundação da Editora Unifesp, em fevereiro de 2008, representou um marco para a difusão da produção intelectual da Universidade Federal de São Paulo. A propagação do conhecimento produzido pela comunidade acadêmica da Universidade, ampliando-a para além de seus muros, é um compromisso. Aprimorar esse trabalho é uma necessidade e um desejo constantes.

Vivemos um momento de mudança nos hábitos da leitura e na divulgação das obras literárias. A tecnologia estabeleceu novas plataformas de interação com os resultados dos estudos e no ofício de produzir livros. A abertura de novas formas de acesso aos textos coloca desafios para a Editora em sua busca de conquistar o leitor para o tempo da leitura. O livro, em sua materialidade, torna o leitor sensível à temporalidade do pensar, com as pausas, digressões, inflexões que se desdobram na sequência das páginas, fazendo aquele que lê compartilhar o trabalho do pensamento e da escrita.

Com esse espírito, a missão da Editora é trazer ao público as criações dos pesquisadores da Unifesp e de outras universidades, do passado e do presente, e fazer com que seus trabalhos possam ser apreciados. O trabalho feito na universidade impacta diretamente nossas vidas. As ciências exatas, biológicas, humanas e sociais e o desenvolvimento da tecnologia conformam nossa vida em sociedade. É preciso conhecê-las e refletir sobre elas. A Editora é responsável por abrir esse caminho de divulgação do trabalho que se faz na universidade e pela reflexão sobre ele, nas distintas áreas do saber.

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AFLIÇÃO

Veena Das
De R$ 106,00 Por R$ 53,00

Aflição inaugura uma nova maneira de compreender as trajetórias da saúde e da doença em contextos de pobreza. Concentrando-se nos bairros de baixa renda em Delhi, o livro costura três conjuntos distintos de questões.

Primeiro, examina três diferentes trajetórias de doenças: em quais circunstâncias a doença é absorvida dentro do normal e quando ela excede o normal - colocando em risco os recursos, as relações e mesmo o mundo da pessoa?

Um segundo conjunto de questões diz respeito à maneira como diferentes profissionais da saúde entendem suas próprias práticas. A surpreendente gama de praticantes encontrados nos mercados locais dos bairros pobres de Delhi mostra que a magia e a técnica estão intricadas na experiência terapêutica de praticantes e pacientes. A autora pergunta: o que é o conhecimento especializado? O que é que o praticante da saúde sabe e o paciente não? Como essas formas diferentes de conhecimento são reunidas no encontro clínico, entendido de modo amplo? De que maneira esse evento da vida cotidiana traz em si as marcas de políticas mais abrangentes, tanto nacionais como globais?

Por fim, o livro questiona os modelos de prevalência de doenças e de programação global, que enfatizam a vigilância em detrimento do cuidado e desviam a atenção das especificidades dos mundos locais. Entretanto, a análise oferecida permanece aberta a diferentes maneiras de conceitualizar "o que está acontecendo" e estimula uma conversa entre diferentes orientações de saúde, doenças e pobreza.

A maioria dos estudos sobre saúde e doenças focam no encontro entre o paciente e o profissional da saúde no espaço da clínica. Este livro, por sua vez, privilegia as redes de relações, instituições e conhecimento por meio das quais se dispersa a experiência da doença. Em vez de pensar a doença como um evento apartado da vida cotidiana, ele mostra a textura da vida cotidiana, a economia política das vizinhanças, assim como o lado obscuro do cuidado. Ele nos ajuda a enxergar como a doença está delimitada pelos contextos nos quais ocorre, ao mesmo tempo que mostra como a doença transcende esses contextos para dizer algo sobre a natureza da vida cotidiana e a constituição dos sujeitos.

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A BIOPOLÍTICA DA BELEZA

ALVARO JARRÍM
De R$ 99,90 Por R$ 49,95

A Biopolítica da Beleza examina como a beleza se tornou um objetivo da saúde nacional no Brasil. Por meio de um trabalho de campoetnográfico realizado em hospitais brasileiros, o autor mostra como cirurgiões plásticos e pacientes atuam no sistema público de saúde a fim de transformar a beleza em um direito básico de saúde.

O livro remonta a história da preocupação nacional com a beleza à eugenia brasileira, que estabeleceu a beleza como um sinal do aprimoramento racial da nação. Jarrín explica, então, de que maneira os cirurgiões plásticos se tornaram os principais proponentes da raciologia da beleza, usando-a para ganhar o apoio do Estadobrasileiro. A beleza pode ser entendida como uma forma de valor que Jarrín chama de “capital afetivo”, que está associada às hierarquias da sociedade brasileira e as intensifica. Os pacientes experienciam a beleza como parte central do pertencimento nacional e de suas aspirações à mobilidade social ascendente ligada ao gênero. Enredam-se em racionalidades biopolíticas que turvam sua capacidade de consentir aos riscos da cirurgia.

A Biopolítica da Beleza explora não somente o regime biopolítico que faz da beleza um projeto nacional desejável, mas também as formas sutis pelas quais a beleza está carregada de valor afetivo no contexto das práticas sociais cotidianas – tornando-se, assim, o território no qual hierarquias de raça, classe e gênero são reproduzidas e questionadas no Brasil.

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A CONDIÇÃO VULNERÁVEL

Claudine Haroche/ Mauro Rovai/ Rita Paiva
De R$ 80,00 Por R$ 40,00

O livro A Condição Vulnerável: A Perda do Sentimento de Existir aborda a questão da vulnerabilidade em três ensaios que se articulam com profundidade, sem jamais ignorar suas singularidades. A análise debruça-se, inicialmente, sobre a frieza e a indiferença instituída como modus vivendi e de forma multifacetada na lógica numérica e instrumental prevalente nas sociedades neoliberais contemporâneas. Em seguida, nos conduz pelas sequências de uma obra fílmica, nas quais a condição vulnerável é vista por meio da encenação de certos valores dessa sociedade, articulando a relação entre a violência dos sistemas institucionais e a maneira como o protagonista lida com ela, de sorte que a vulnerabilidade se torna signo de dignidade. Ultrapassando a perspectiva histórica e sociológica, nos leva, por fim, a vislumbrar essa precariedade como elemento ontológico e fundador da condição humana.

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DELEUZE AS DIFERENÇAS INTENSIVAS E A POTÊNCIA DO PENSAMENTO

Sandro Kobol Fornazari
De R$ 62,00 Por R$ 31,00

Na vida de nossas retinas tão fatigadas, precisamos nos libertar dos perigos sempre à espreita: a impossibilidade de singularizar um pensamento, a reiteração de verdades e poderes estabelecidos. Para resistir à servidão, em vez de lutar por ela como se se tratasse de nossa salvação, é necessário pensar, aprender a pensar. Este é o apelo que nos endereça Deleuze, e que este livro faz ecoar tão agudamente: pensar é agir. Por isso os riscos se impõem, pois não há separação entre o pensamento e a política, entre criar conceitos e enfrentar tudo que é insuportável e nos deixa os olhos arregalados e ardendo. Só pensamos forçados, e o que nos força é essa dimensão intolerável da vida, que nos engaja num devir-revolucionário, num devir-minoritário, que se impõe contra qualquer preservação do sujeito, da besteira ou da forma Estado. Pensar é muito perigoso mesmo. Pensar, aprender a pensar, é afirmar a vida. Este é nosso grito, junto a Sandro Kobol Fornazari, por uma vida não fascista. Nosso esforço coletivo para perseverar no pensamento.

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DOR DA SAUDADE, A - O CANCIONEIRO CAIPIRA DE ELPÍDIOS DOS SANTOS - UMA ANTOLOGIA

Alexandre Rezende de Almeida
De R$ 104,00 Por R$ 52,00

Este livro trata do universo musical do compositor Elpídio dos Santos (1909-1970), com direcionamento para o gênero cancional caipira, área na qual obteve maior reconhecimento durante sua trajetória. Ele concebeu, ao longo de quatro décadas de atividade, cerca de mil obras nos mais variados gêneros, figurando entre os principais: caipira, samba, choro, valsa, baião, marchinha e samba-canção, embora apenas cerca de setenta canções tenha sido gravadas. Notabilizou-se principalmente entre as décadas de 1950 e 1960, ao compor diversas trilhas musicais para filmes de Mazzaropi, tendo sido o compositor preferido do cineasta para essa finalidade.

Além de apresentar a obra do compositor, de modo geral, a pesquisa também busca situá-lo no cenário musical de seu tempo e determinar sua atuação como criador de canções de temática caipira em diferentes estilos do gênero. Assim, ao tratar desses temas, a proposta busca valorizar e preservar a memória do compositor, trazendo à luz uma visão geral de seu discurso poético-musical, bem como dirigir o olhar para a relevância cultural da música caipira para nosso povo.

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JURAMENTO DE HIPÓCRATES E LÓGOS EPITÁPHIOS

MARIA LUIZA PIRES
De R$ 50,00 Por R$ 25,00

O texto do Juramento de Hipócrates é uma forma literária em que se encerra o éthos a ser propagado para as futuras gerações. O tom fundamental dessas enunciações é o apelo ao não esquecimento, ao acolhimento das palavras de uma forma duradoura, sem perder seu vigor, sublimando a temporalidade, alcançando uma memória imorredoura. O Juramento de Hipócrates focaliza a prática médica dentro de uma "teleologia do Bem". O objetivo do médico hipocrático era ajudar ou pelo menos não causar nenhum dano ao seu paciente, pautado nas ações de harmonia, de justa medida e de momento oportuno.

A medicina hipocrática não se reduziu a uma nova habilidade técnica simplesmente, mas há de ser considerada uma verdadeira profissão, a partir do momento em que professava publicamente suas intenções de cura e seus limites de atuação, com base em um "paradigma de eticidade": O Juramento de Hipócrates.

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NEUROCIÊNCIAS E MÚSICA

Viviane Louro, Maria José da Silva Fernandes
De R$ 145,00 Por R$ 72,50

Há quem diga que ciência e arte são opostas ou não se misturam: uma é mensurável, a outra, intuitiva; uma é lógica, a outra, abstrata. Será mesmo? Se nosso cérebro tudo observa, interpreta, cria, sistematiza, assimila e executa, não seriam arte e ciência produtos de um mesmo radical? Os métodos científicos não foram criados por cérebros criativos? Muitos métodos científicos surgiram de forma intuitiva, e passaram por muita improvisação antes de serem sistematicamente organizados. Operar precisamente um tumor cerebral não seria tão belo e perigoso quanto fazer uma acrobacia numa corda bamba? Ou conseguir organizar o código genético, não seria tão complexo e profundo quanto organizar os sons em uma sinfonia? Logo, não seria a ciência uma arte? Uma partitura não é a sistematização de um conhecimento, de forma que este possa ser replicado em qualquer lugar do mundo? Portanto, não seria a arte, de certa forma, também uma ciência?

É na perspectiva de que somos seres integrais e plurais que este livro foi elaborado, com o intuito de abordar um tema ainda pouco visitado: a relação da música com o cérebro. A neurociência visa estudar o sistema nervoso humano no que tange à arquitetura geral (redes sinápticas, vias, metabolismo, etc.) e seu funcionamento em relação à aprendizagem, comportamento e patologias. Tem se tornando uma área presente que dialoga com muitas outras: arqueologia, educação, marketing, design, nutrição, cinema, psicologia, música, dentre outras.

A música nos acompanha desde as protocivilizações. “Somos seres musicais, além de linguísticos”, diz o neurologista Oliver Sacks em seu livro Alucinações Musicais. Ou seja, nosso sistema nervoso passou por adaptações ambientais e genéticas, no decorrer do desenvolvimento como espécie, que nos permitiram ter um aparato neurológico capaz de compreender, criar e executar funções refinadas, estando a música em primeiro lugar nessa complexidade cognitivo-emocional e motora. Por tudo isso, a neurociência vem, a cada dia mais, se interessando em compreender como e por que esse fenômeno chamado música tem tanta influência em nosso cérebro.

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NIETZSCHE NO BRASIL (1922-1945) MODERNISTAS E INTÉRPRETES DO PAÍS

GERALDO DIAS
De R$ 54,00 Por R$ 27,00

Tendo como recorte preciso certa produção da intelligentsia brasileira, Nietzsche no Brasil (1922-1945): Modernistas e Intérpretes do País, de Geraldo Dias, analisa de forma precisa a recepção da filosofia nietzschiana nesse período, de 1922 a 1945, trazendo à luz um aspecto para o qual poucos pesquisadores atentam. Na literatura, modernistas como Mário de Andrade e Manuel Bandeira, bem estudados no livro, e no registro ensaístico-sociológico, sobretudo Paulo Prado, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, teriam recorrido ao pensamento de Nietzsche, em maior ou menor escala, nas suas produções. Eis a originalidade e a pertinência desse trabalho de recepção filosófica.

Conhecedor do pensamento de Nietzsche, Geraldo Dias não deixa de afirmar, mais de uma vez, que Nietzsche do Brasil (1922-1945): Modernistas e Intérpretes do País não é sobre o pensamento do filósofo alemão, não é um trabalho em História da Filosofia; é, isto sim, um trabalho de recepção. Nessa seara, sistematizando todo um período, ele abre de forma consistente uma via inédita de pesquisa, que certamente não apenas mudará o olhar dos especialistas da filosofia nietzschiana, mas também, ao iluminar a procedência de certas ideias, contribuirá para o adensamento dos estudos culturais e sociais num país que, pela sua condição periférica, custa a se firmar.

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POLÍTICAS CULTURAIS NA AMÉRICA LATINA

Mariana Villaça, Natália Ayo Schmiedecke, Tânia da Costa Garcia
De R$ 86,00 Por R$ 43,00

Políticas Culturais na América Latina: Entre Conflitos e Negociações vem preencher uma lacuna nos estudos históricos sobre o tema ao reunir um conjunto de especialistas de distintas áreas, dispostos a refletir e dialogar a partir de concepções, conceitos e aportes já consolidados. As autoras e o autor que participaram da obra elegem fontes variadas - como música, cinema, teatro e patrimônio -, produzidas em diferentes conjunturas do século XX, para apresentar problematizações criativas e instigantes, oferecendo valiosas contribuições para o avanço dos estudos no campo das políticas culturais na região.

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O VALOR VOLTA À POLÍTICA

RENATO JANINE RIBEIRO
De R$ 77,00 Por R$ 38,50

Quais são as causas do descontentamento das pessoas com a política, pergunta-se o filósofo Renato Janine Ribeiro na abertura de O Valor Volta à Política, coletânea de artigos escritos entre 2011 e 2015, num momento de forte otimismo com um país que, após consolidar a democracia, parecia destinado a fortalecê-la e se desenvolver. O retrocesso que o atingiu - assim como a outros países - substituiu a política pelo ódio. Mais que o antipetismo, o maior triunfo desse furor foi a antipolítica.

Mas o que aconteceu? Será que a vida política se tronou um efeito da vida econômica? Se a cidadania, em nossos dias, realmente foi substituída pelo consumo, então é a subida ou a queda no nível de vida o principal critério para as pessoas decidirem seus votos? É recorrendo ao tempo longo que Janine vai examinar se o apelo democrático simplesmente se esgotou ou se o que estamos vivendo é uma "reação reacionária" dos ressentidos com um mundo em transformação.

Observador atento e afiado, o próprio autor revisita esses anos de efervescência tecendo, em 2021 - portanto após a ascensão da extrema-direita -, comentários aos seus artigos.

Dos efeitos da crise financeira de 2008 à contestação da legitimidade das eleições de 2014 - que Janine equivale à abertura de uma caixa de Pandora -, passando pelas manifestações de 2013 e pela ascensão das redes sociais, descortinam-se no fio dos anos visões da política brasileira e os possíveis devires de um passado que perdura no presente.

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